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Tag: representatividade

03.02.17

{Re}descobrir-se é preciso!

Desde crianças somos ensinadas a seguir padrões sejam eles quais forem.
“Você e mocinha, tem que sentar de pernas fechadas”
“Não pode falar muito alto porque é feio”
“Olha, não coma muito porque senão vai engordar e nenhum menino vai te querer”
Essas e muitas outras frases que escutamos durante um longo período da nossa infância e adolescência tem um impacto muito grande na mulher que nos tornamos. As pessoas nos cobram um modo de viver que seja adequado a agradar as pessoas e o nosso eu fica em último lugar, muitas das vezes nem existindo.
O problema é que se adequar a esses padrões não é tarefa fácil e na maioria das vezes muitas meninas, por mais que tentem ser “exemplo de moça de perfeita” não conseguem e se culpam por isso, trazendo muitos traumas e frustrações pra suas vidas.
Por que estou dizendo isso? Porque eu sofri um pouco com essas imposições (não vou dizer que sofri muito porque graças a Deus meu processo de libertação começou cedo).
Sou do tipo grandona, a maior de todas as turmas, escandalosa, perua e sempre gostei de aparecer, mas era repreendida por algumas pessoas que julgavam que esse não era o comportamento certo pra uma garota.
Tudo na minha vida foi precoce. Descobri as coisas muito nova, casei cedo, saí de casa cedo e me joguei nesse mundo que por mais cruel que seja faz a gente crescer. E aquela coisa: ou vai ou racha. E comigo foi!
Foi aí que descobri que o meu jeito de ser, o meu corpo, as minhas escolhas, pertenciam só a mim e a mais ninguém.
Aprendi a me amar da forma que eu sempre fui, com o corpo que eu sempre tive e lutei muito durante muito tempo para mudar a fim de ser aceita, e com o comportamento escandaloso e excêntrico que sempre tive.
Hoje eu tento mostrar pras mulheres que elas podem ser o que quiserem e da forma que quiserem, independente do que digam. Sei que essa frase está bem batida, ouvimos muito por aí, mas a pratica dela quase não existe.

Muitas mulheres precisam de inspiração sim, precisam desse empurrão, precisam ouvir mais de dez vezes a mesma coisa para se aceitarem e se amarem da forma que são, por isso aceitei o convite da Carol Paiva Fotógrafa pra fazer parte do Ensaio Redescobrir-se, onde ela queria mostrar que a mulher gorda pode ser sensual e sexy sim e que isso não tem a ver com o corpo e sim com o que a mulher emana do interior.



Para ver mais fotos cliquem aqui.

Tem uma frase que eu amo e sempre repito: “Auto estima é afrodisíaco” então experimente se amar, se aceitar, buscar viver da forma que te faz feliz e que te agrade em primeiro lugar que todo o resto se tornará sem importância.

 

17.10.16

Se tiver representatividade, eu vou elogiar!

Semana passada, a internet ficou em alvoroço com a notícia da Ju Romano na Playboy, por um lado, muita gente comemorando a representatividade e por outro, muita gente problematizando a situação, eu me incluo nas que comemoram mais essa conquista e é sobre isso que eu quero papear com vocês hoje.

Eu sei que vivemos em uma sociedade machista, onde a mulher é vista como objeto e que algumas mídias só reforçam isso, causando grandes danos sociais à imagem da mulher. Mas ainda assim, eu acho muito maravilhoso ver que as gordas estão ocupando esses espaços.

Sei que muita gente pensa, qual vantagem em ter o corpo gordo sexualizado? Para mim nenhuma, já que eu já sei o meu valor, independente do que a mídia diz. Mas para a sociedade no todo, isso é muito importante, já que milhares de mulheres se acham horríveis só por serem gordas, se consideram abomináveis e não dignas de serem vistas como uma mulher sensual.

Para essas mulheres, essa representatividade em meios “sensuais e sexuais” faz toda a diferença, ver um corpo semelhante tendo destaque como sexy na mídia é a certeza de que elas também podem ser lindas e sensuais. Por outro lado, os meninos começam a ter contato com corpos gordos e sensuais e param de temer assumir para os colegas que têm um relacionamento com uma menina gorda.

O que os homens pensam ou não pensam está bem distante de ser a prioridade da minha luta, mas se eles mudarem os paradigmas, teremos menos mulheres sofrendo com relacionamentos bostas, em que o mocinho tem vergonha delas. Então, por fim, é sim necessário que essa mudança ocorra e eu acredito que a imagem de mulheres gordas em revistas masculinas, propaganda de cerveja e até na divulgação do vídeo game é a naturalização da gorda como mulher bela e gostosa, assim como qualquer mulher.

E essa naturalização do corpo gordo não é o que buscamos? Então, baseado nisso, eu só vejo vantagens em termos mulheres gordas em todas as mídias.

Teve gorda na propaganda da Cerveja Budweiser

via GIPHY

Teve gordas em trailer do joguinho Mobile Strike

 

E na semana que vem teremos a Ju Romano na Playboy!

gorda-na-playboy

Vocês podem até achar que isso tudo só alimenta fetichistas, mas eu preciso lembrar vocês que fetichistas não precisam disso para se alimentarem, eles sabem muito bem onde encontrar mulheres gordas sensuais, já a nossa sociedade que prega um só padrão de beleza, precisa.

Sei que essa é apenas a minha opinião e respeito quem pensa diferente de mim, mas convido vocês a pensarem um pouco nas mulheres que ainda não possuem nenhum contato com o gordativismo, e compreenderem, que para elas, essa representatividade pode fazer toda a diferença.