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Categoria: Bullying

14.02.14

O lado sombrio da Obesidade

Gordinha Nua

Eu estava em um teste quando entrou uma atriz cheinha, extremamente bonita. Quando ela foi embora não precisei ser um mosquito para escutar o que diziam dela, a pergunta no ar era – Se é tão linda, por que não emagrece?

Já respondi essa pergunta tantas vezes sobre mim que cansei, mas resolvi fazer uma lista para explicar às pessoas. A primeira coisa a dizer é que não existe gordo no mundo que não tenha noção de que está gordo, todos sabem. E a obesidade é o que podemos ver em um corpo, mas não sabemos o que existe por detrás, sendo assim não se metam na vida alheia, não digam nada a um gordo sobre dietas e emagrecimento.

Durante uma época frequentei os Vigilantes do Peso e no meu grupo tinha uma psicóloga que fazia um trabalho de mestrado e nos pediu ajuda, erámos um grupo de oito mulheres, depois das reuniões nos Vigilantes íamos para a casa dela que era do lado e conversávamos sobre o peso durante uma hora.

Até esse ponto eu era igual a milhões de pessoas, achava que as pessoas só ficavam gordas porque comiam muito e eram sedentárias, mas nesse grupo conheci casos de pessoas que tinham problemas muito sérios de saúde, compulsão por comida e medo de serem magras, já que em algum momento de sua vida tinham sido vítimas de algum tipo de abuso sexual. É muito comum que isso aconteça e o corpo se protege,  mas isso não é mencionado pela mídia, só dizem que gordas são gordas porque comem muito, ninguém diz que pode ser fruto de um trauma e um maneira de se proteger.

Uma guru americana, Louise Hay no seu livro ”Você pode curar sua vida ” levantou a hipótese de que gordura em excesso era uma maneira de pessoas sensíveis se protegerem.

Depois que li sobre o assunto me vi obrigada a pensar no meu caso e na minha dificuldade em emagrecer e cheguei a conclusão que pelo fato de ter crescido em um ambiente violento  muitos medos ficaram em mim e a gordura me dava a sensação de proteção, durante anos escutei que  ”mulheres atraentes eram sempre estupradas”, então conhecendo o mundo e sabendo que as pessoas não viam  gordas como mulheres atraentes  engordei para me proteger.

Tive que lidar e ainda lido com muitos fantasmas, por isso sou cada vez mais intolerante quando vejo alguém criticar uma pessoa gorda, eu fico pensando que essa pessoa que detonou não sabe nada da outra, não sabe nada dos motivos alheios.

E não digo que toda a gordinha tenha um trauma, não é isso, é apenas que cada uma é cheinha por razões que conhece e não são da alçada de ninguém, mesmo que seja apenas genética, isso não importa as outros.

Ninguém sabe o que está atrás do peso dos outros, então não digam nada. Na ignorância e no preconceito é melhor ficar quieto,  cada um sabe dos seus motivos e suas razões para ser como é, e respeitar o outro é a única coisa decente para fazer neste mundo. Na dor alheia não se mexe.

Iara
Iara De DuPont
http://sindromemm.blogspot.com.br/

21.10.13

Guest Post: O Bullying e a minha Superação

Bullying Reginalda

Vocês assistiram ao Globo Repórter na última sexta? A pauta era Bullying e o povo de casa me indicou assistir, mas eu realmente não largo o PC pela TV, mas para minha surpresa uma das entrevistadas era uma fofa do meu face e eu nem sabia. Quando assisti ao vídeo aqui, achei surpreendente ver uma pessoa “comum” falar sobre suas dores em rede nacional com um tom claro de superação. Na mesma hora pedir para que ela escrevesse um guest post contando como foi para ela essa experiência, ela prontamente atendeu ao meu pedido e deixo com vocês agora um pouquinho do que representou esse dia para a Reginalda, aproveitem também conhecer o blog da fofa clicando aqui.

Não foi muito fácil falar disso, mas foi algo que aconteceu me fez muito mal, mas que eu superei e aprendi com isso a respeitar as outras pessoas, pois aprendi cedo como dói ser desrespeitada e tratada como diferente quando você se sente totalmente normal.

O convite chegou através de um amigo jornalista me perguntando se eu aceitava falar da minha história e se poderia passar meu telefone para a produção do Globo Repórter, eu disse que sim no ato, mas na minha cabeça seria apenas uma ligação regada de algumas perguntas, mas logo após as perguntas veio a que me gelou “Quando podemos gravar com você?”, Oi? Gravar? Foi isso que minha mente projetou. Disse que pensaria em um momento bom e desliguei com frio na barriga.

Eu não tenho medo de falar em público, pois já fiz teatro, mas aquilo não era um personagem era a minha vida real. Mas eu decidi enfrentar as câmeras e falar, por dois motivos, para mostrar às pessoas que esse tipo de atitude machuca e mostrar aquelas crianças e pessoas que fizeram tudo àquilo comigo que eu não cai, eu segui em frente e me tornei uma pessoa feliz e de muitos amigos verdadeiros que nunca, jamais questionaram o meu peso.

Eu cheguei a ler no facebook da data da exibição do programa a seguinte frase.

“O mundo era mais divertido quando o bullying era só uma zueira de colégio e o politicamente correto não era tão frequente… Só acho !”

Mas em alguns casos o bullying nunca foi apenas uma zoeira de colégio, em vários casos o bullying era uma maldade dia após dia onde a pessoa hostilizada se sentia um alienígena porque o apontavam como fora do padrão. Graças a Deus hoje é possível pedir ajuda, na minha época de colégio se meus pais fossem na delegacia dar queixa, no mínimo o delegado ia os mandar procurar o que fazer, se reclamavam para os pais dos agressores achavam besteira, alias seus filhos SEMPRE estavam só brincando, muitas vezes meu pai tinha que ir à porta do colégio e chamar a atenção dos meninos que faziam essas coisas pessoalmente, mas o sossego não durava muito tempo claro. O jeito era enfrenta-los, muitas vezes se pegar de tapa com eles, até quando fui crescendo e comecei a ignorar e eles começaram a parar.

Então a solução é você não se sentir diferente e ignorar esse tipo de pessoa.

O resultado da entrevista foi bom, muitas pessoas me disseram pelo facebook que passaram pelo mesmo, outras me adicionaram porque se identificaram com o que aconteceu comigo e até pessoas me pararam na rua para dar os parabéns pela minha postura e a minha coragem em falar e mostrar que tudo é superável quando acreditamos em nós mesmos.

Eu fiquei abismada com a quantidade de pessoas que eu nunca vi na vida e que vieram me parabenizar. Pode ter sido difícil tomar coragem de falar para as câmeras de uma emissora que atinge milhões de famílias, mas valeu a pena.

Eu digo para mim todos os dias que sou linda, competente, determinada, feliz, sortuda e amada, pela minha família, pelos meus amigos, pelo meu namorado e principalmente por mim mesma.

 

15.06.13

Novela Saramandaia, nem começou e eu não gostei.

É muito comum na televisão atualizar antigos textos, fazer uma nova versão. Pra mim isso é falta de criatividade, mesmo que a base de todas as histórias seja sempre a mesma, a única coisa que muda é a maneira de contar e se essa maneira se repete qual a graça?

Além do perigo de cair na mesmice tem outro lado, os tempos mudaram e as minorias hoje não vivem mais as margens da sociedade hoje lutam pelos seus direitos e sabem se posicionar, por isso usar textos antigos pode significar mexer em vespeiros.

No Brasil ainda não conhecemos todos os nossos direitos, então quando alguém fala alguma coisa ofensiva, logo emenda: Mas é brincadeira!

Isso tem sido escudo contra as maiores barbaridades que alguém é capaz de dizer. E no momento que estamos um grupo ficou totalmente desprotegido, os gordos. Poucos sabem que essa rejeição social que sofrem se chama gordofobia.

As pessoas não acham que insultar um gordo seja uma coisa séria, mas a base da gordofobia  é a mesma de outros preconceitos, a pura ignorância.

E eu já me considero uma vidente social. Às vezes erro, às vezes acerto.

Mas vi o comercial de uma novela que nem começou e eu já posso dizer que não gostei.

vera-holtz-saramandaia-dona-redonda

A novela foi escrita e produzida em 1976, Saramandaia, por Dias Gomes. Era o auge da ditadura e ele sempre foi um escritor politizado, então resolveu fazer um texto para experimentar o realismo fantástico na televisão. Isso funcionaria e funcionou de duas maneiras, uma nova linguagem foi experimentada e permitia driblar a censura dos militares, eles não percebiam as denúncias ao sistema nas entrelinhas.

E agora a Globo resolveu fazer o mesmo texto, uma versão atualizada. Já se passaram quase quarenta anos, mas agora existem recursos técnicos para brincar com os personagens, coisa que na época complicou demais a vida da produção, porque a maioria dos personagens tinha alguma característica, um era lobisomem, outra provocava incêndios apenas tocando as coisas e um soltava formigas pelo nariz.

E no meio de todos esses personagens, existia a Dona Redonda, uma senhora obesa que não conseguia parar de comer, passa a novela inteira comendo, até que explode e morre.

Virei a internet para ver se eu encontrava  a razão política desse personagem, já que Dias Gomes era conhecido por isso, por usar outros elementos para denunciar a ditadura. E não achei nada, então conclui que esse personagem é assim. Dias Gomes como muitos deve ter escutado isso na infância, eu também escutei -Fulano come tanto que não sei como não explode!

E talvez ele como autor quis brincar com isso. Há quarenta anos os números de obesidade não eram tão altos e não se sabia o que se sabe hoje. A novela nem começou e eu já não gostei.

Comer compulsivamente como o personagem faz é uma doença, um distúrbio,uma compulsão, é uma coisa séria, não é brincadeira de novela. O personagem aparece indo na feira e comprando tudo e as pessoas se assustam. Imagino que vão respeitar o texto original e o personagem vai passar a novela inteira comendo como se não existisse amanhã.

E assim outra geração de crianças vai crescer com essa idéia, de que gordos são descontrolados, comem como malucos e no fim explodem. E crianças brincam com elementos de novelas, com certeza depois de assistir a novela vão chegar à escolinha e dizer ao amiguinho gordo- Você vai explodir de tanto comer, como na novela!

Compulsão por comida tem tratamento, é uma doença que envolve um sofrimento enorme. Quem tem problema com as drogas, pode tentar largar e não voltar ao vício, mas a compulsão por comida é muito pior porque a pessoa não pode parar de comer, senão ela morre, então cada vez que ela se alimenta o cérebro acorda e  fica difícil controlar.

E isso vai virar piada em novela, uma doença como essa que envolve tanta dor.

E qual a solução para novelas que insistem em mostrar o gordo como uma pessoa fraca, louca por doces, guiado pela fome e capaz de levar tudo que encontra em uma feira?

É um caminho longo, mas eu acredito que a única solução é a mesma que os negros encontraram, mostrando que a televisão é racista. Graças aos movimentos pelos seus direitos, os negros hoje não são mais retratados como antes, apenas em novelas de época se permite mostrar um negro como escravo, porque corresponde a um fato histórico, de século passado.

E os gordos precisam fazer isso, se impor para acabar com essa imagem errônea que a televisão constrói sobre o assunto. Os gays também sofrem a mesma coisa, são retratados de maneira caricata, apenas agora uma novela começou a mudar isso, mas em programas cômicos eles ainda são ridicularizados, como os gordos são.

Obesidade não é gracinha de novela e ver alguém explodir em consequência de uma doença não é piada. Vão falar para não levar tão a sério, que é só brincadeira de novela a gorda explodir. Tá bom.

Mas se o objetivo da novela é fomentar mais ainda o ódio aos gordos e garantir a todos que gordos são mesmo descontrolados, parece que vai dar certo.

Ah, mas de repente eles mudaram o texto e vão mostrar de uma maneira positiva, se for assim, eu volto aqui e mudo meu texto e ainda me desculpo. Mas eu sou macaca velha, já vi esse filme antes e sinto na pele todos os dias o ódio que as pessoas têm pelos gordos. Só a estreia da novela vai dizer se o mundo avançou ou não.

Iara
Iara De DuPont
http://sindromemm.blogspot.com.br/

18.10.12

Marisa desrespeita suas consumidoras

Gente, to literalmente #chatiada…
a poucos dias foi lançado na net um vídeo feito pela Marisa, homenageando a todos os leguminosos e sopas ralas que fizeram nossas refeições menos felizes durante o ano, mas que farão o nosso verão mais feliz…

Peraí Marisa, deixa eu ver se entendi… então eu tenho que passar parte do ano comendo sopinha rala e legumes, sem ter uma refeição feliz como você mesma disse para poder ter 3 meses do verão feliz? É isso mesmo vocês ai pensam assim?
Eu não acredito que uma loja que investe na linha Plus Size, tenha feito um vídeo desses… quer dizer então que quem veste acima do 42 não será feliz no verão?? Haha me poupe né gente, que publicidade mal feita… visto muito mais do que 42 e não me limito a ser feliz só no verão, sou feliz o ano inteiro, baby, com meus chocolates, frituras, massas, legumes, tudo que eu quiser comer, porque não acho nada justo a mídia tentar impor que se eu não tiver um tamanho tal eu não serei feliz…

Vocês sendo um grande magazine estão redondamente enganados que para ser feliz eu tenho que me enquadrar no 38… vocês sabiam que existem biótipos diferentes, e que tem pessoas que nem se quiserem conseguem ficar “pequenas”? Vocês tem noção de quantas adolescentes e adultas sofrem de bulimia e anorexia para se encaixarem nesse padrão que vocês pregam como feliz? Vocês têm conhecimento do número de mortes causadas devido esses distúrbios alimentares? Além disso sabiam que muitas entram em depressão e cometem até mesmo suicídios por não se encaixarem no padrão midiático?
Não estou aqui fazendo apologia a obesidade, não me entendam mal. Mas acredito que devemos respeitar nossos limites, devemos nos alimentar bem, nos mantermos saudáveis INDEPENDENTE DO NÚMERO DA MINHA CALÇA.
Podemos ser felizes o ano inteiro, não é nossa alimentação que define isso gente.
Valeu chocolate por estar sempre me deixando mais feliz, independente da estação do ano :-).

 

Post escrito por Lara Fonseca, que também pode atender como minha irmã.

A Lara tem 24 anos, formada em Pedagogia e se graduando em Matemática, pesquisadora sobre Bullying.

Acompanha o movimento plus mas bem de longe.

02.07.12

Pesquisa sobre Bullying

Preciso da  ajuda de vocês para o TCC da minha irmã, a Lara está entrando no último período de Pedagogia.
O seu TCC tem foco em Bullying e Cyberbullying tema que ela escolheu bem no início do curso e que ela vem sofrendo na pele a cada dia durante o curso. [este assunto será abordado em breve aqui no blog]
Precisamos de 300 respostas ao questionário e conto com a ajuda de vocês.
Para responder é só clicar aqui.

 

Update: 02/07/2.012

Minha irmã vai entregar  o TCC semana que vem, quer um número maior de respostas.

Quem ainda não respondeu? Responde e ajuda a fofa?