Voltando do aquário
Esta noite deixei de ser um dos peixes que todos observam e passei a comparar o que vivi dentro do aquário com o mundo exterior. Comparei 100% do que aconteceu lá com 5% daqui de fora… q foi só o q deu para ler durante a madrugada esta noite.
Mando um beijo para todos que torceram por mim e também para quem me achou arrogante, complexada, metida, gorda e doida. Aliás, se eu tivesse assistido a chamada da 1ª semana, tb me acharia antipática! Aquilo foi um trecho de uma conversa de quase uma hora e nem eu gostei dele.
Sou uma mulher inteira, não um título. Se o BBB fosse um programa de intelectuais, eu não teria ido, não gosto da arrogância de alguns círculos acadêmicos e foi uma pena que tenham me passado em tantos lugares apenas como “a doutora em lingüística”. Achei pobre, confesso… A vida é muito mais que isso.
Sou complexada por ser gorda? … Gente, ser gordo não é demérito para ninguém! Aliás a maioria dos brasileiros está acima do peso, ser magro é a exceção. Quem não gosta de ver mulher com curvas, que não veja, mas há quem aprecie. O BBB bancou colocar uma mulher real, com curvas, celulite na bunda e, sobre o convite para a Playboy… que bom que está havendo interesse em mulheres com manequim acima de 36! A mulher brasileira precisa aprender que não precisa se encaixar num modelinho de revista de beleza que só serve para fazê-la comprar cosméticos caros, ou pior, morrer aos 27 anos numa mesa de cirurgia para se sentir mais bonita. Cada mulher tem o direito de se sentir bela como é. E se isso ofende algumas pessoas talvez elas não se aceitem em sua magreza ou parca beleza tão bem como gostariam.
Não quero fazer Playboy e não vou, apesar de lisonjeiro. Gostei de saber que a revista se interessa por alguém que se assume, se expõe (à crítica e ao ridículo), com seus mais de 70 quilos, mas a resposta é “não”.
Me expus como pessoa, achei uma experiência rica, um laboratório para a vida, mas não quero me expor nua. Essa exposição fica para quem eu amar muito e dividir a cama comigo. Nesse passo, gosto mesmo de homem… e não acho certo ou honesto ficar rotulando as pessoas por causa desse gosto.
Disseram que sou autoritária, mas muitas vezes só tive opinião. Nunca fui maria vai com as outras e se isso incomoda, lamento. Não é prepotência, mas – como cantou a Maysa – “só digo o que penso, só faço o que gosto e aquilo que creio”.
(Elenita Rodrigues -)