Que a Tess Holliday é um sucesso todo mundo já sabe, né? Essa diva plus size empodera mulheres em todo o mundo, mostrando que é possível ser LINDA, GORDA, MARAVILHOSA e muito mais. *___*
Mas como o mundo é cheio de gente gordofóbica, ela sempre sofre com inúmeros comentários em repúdio ao corpo gordo e muitos deles questionam a sua saúde. A bela não se abala e segue fazendo seu trabalho com posicionamentos em prol da aceitação em todos os corpos.
Hoje esbarrei em uma matéria do Uol sobre ela e o que um “Guru” de dieta fala sobre isso, achei que era mais do mesmo. Só que foi uma baita surpresa em ler que um médico brasileiro contestava os argumentos vagos do outro médico, com um discernimento maravilhoso. <3 É por isso, que reproduzo abaixo o texto na íntegra.
Para “guru da dieta”, top plus size faz esquecer perigo da obesidade – Por Thais Carvalho Diniz (retirado daqui).
Em uma entrevista polêmica à versão on-line do jornal britânico “Daily Mail”, Steve Miller, conhecido como “guru das dietas”, criticou o sucesso da modelo plus size Tess Holliday. Segundo ele, enaltecer a top significa tornar a obesidade normal, esquecendo os riscos que ela traz à saúde. Para Bruno Halpern, endocrinologista e diretor da Abeso (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica), a declaração de Miller reforça o preconceito contra pessoas acima do peso e não é totalmente verdadeira, já que é possível ser obeso e saudável.
De acordo com Halpern, ao perder 10% do peso –e adotando uma dieta equilibrada combinada à prática de exercícios físicos–, muitos obesos tornam-se saudáveis, a despeito de continuarem ostentando os quilos a mais. Segundo o periódico britânico, Tess se exercita com um personal trainer quatro vezes por semana e gosta de caminhadas e de natação.
Aos 29 anos, Tess tem 1,65 m de altura e veste manequim 58. Em janeiro deste ano, ela assinou contrato com a respeitada agência britânica MiLK Management, o que fez o assédio e a fama aumentarem.
A modelo americana é reconhecida no mundo da moda e foi nomeada pela “Vogue Itália” como uma das plus size mais influentes. Ela participou de uma campanha para a marca de cosméticos Benefit e também foi fotografada por David LaChapelle, renomado fotógrafo americano, para um projeto futuro. Nas redes sociais, Tess possui mais de um milhão de curtidas em sua página do Facebook e 800.000 seguidores no Instagram.
Miller reconhece que Tess desafia os padrões estéticos da indústria da moda e da beleza, mas afirma que isso não faz do excesso de peso uma coisa boa. “Ser obeso é perigoso, assim como ser excessivamente magro. Porém, a aceitação da gordura extrema que Tess está promovendo fará com que as estatísticas de obesidade aumentem”, declarou ao site de notícias. “A última coisa de que precisamos é ver uma plus size nos mostrando o quanto é legal comer ‘junk food'”, disse.
Halpern afirma que não é porque a pessoa é gorda que ela come mais do que alguém com peso adequado. A obesidade envolve mais do que a vontade do indivíduo. Há fatores como a genética. “A chance de um indivíduo obeso alcançar a faixa ideal de IMC (índice de massa corpórea) é muito pequena –com exceção de casos cirúrgicos. Por isso, a partir do momento que você é obeso, o importante é conseguir melhorar a saúde e não ter vergonha de si mesmo“, declarou Halpern em entrevista ao UOL Comportamento.
O brasileiro também afirma que a tese do inglês é uma bobagem: ninguém vai desejar ser gordo simplesmente porque a modelo o é. “A obesidade é uma doença e não uma escolha ou hábito de vida. É importante discutir os riscos relacionados ao problema (como maior risco de problemas cardíacos e câncer, por exemplo), mas estigmatizar os gordinhos não é certo. Eles precisam ser tratados e, mais do que isso, precisam ter orgulho do que são”, disse o especialista.
Halpern espera que mais modelos como Tess apareçam no cenário mundial. “Para as pessoas em geral, é mais importante ter estratégias para não engordar do que tentar emagrecer depois, pois perder peso é muito difícil. Especificamente para os que têm excesso de peso, eles podem se sentir bem ou não com sua doença, mas colocá-los à margem da sociedade não vai ajudar em nada. Isso só aumenta o preconceito”, declarou o diretor da Abeso.
Então para quem ainda não aprendeu a se amar, aconselho a seguirem hoje mesmo a recomendação médica do Dr. Bruno Halpern, busquem a saúde em qualquer corpo e não se envergonhem da própria imagem.