Nós mulheres somos as maiores vítimas da pressão estética, onde nosso corpo e nossa aparência nunca é suficiente. Não é uma guerra onde nós mulheres queremos ser mais que os homens, como muitos pensam, a gente só está mesmo EXAUSTA de ter que ser cada dia mais em TUDO, pra ganhar o mínimo de reconhecimento. E aí um dia que nasceu da LUTA de MULHERES, se transforma em algo totalmente comercial onde praticamente todas as empresas acreditam que uma % de desconto é a melhor forma de homenagem.
Sinceramente? Se a gente já sabe que não quer flores, não é desconto que vai fazer a gente se sentir melhor por ter nascido mulher, né? Em um mundo em que toda a sociedade lutasse por direitos para nós mulheres, as empresas hoje estariam estampando estatísticas salarias, estatísticas de desemprego, números de feminicídios e outras coisas que provavam o quanto ser mulher em 2023 ainda é difícil demais. Mas não, a sociedade ainda acha que flores, bombons e descontos é o que merecemos (queremos).
Eu quero muito mais que isso! Eu quero que cada vez mais mulheres: Alcancem sua autonomia financeira; Consigam sair da informalidade em seus trabalhos e empreendimento; Saibam que cada corpo é único e reconheçam seu valor do jeitinho que são; Consigam dividir o trabalho doméstico; Possam ter cada vez mais direitos assegurados, Sejam valorizadas e motivadas por pessoas próximas sempre; Que se sintam a cada dia mais representada e inspiradas por outras mulheres; Que possam ter segurança e liberdade; Que tenham ainda vontade de sorrir e agradecer as flores, os bombons e os descontos!
Sabendo já o que queremos e o que não queremos, vale sempre lembrar que hoje é dia de comemorar a nossa existência e a nossa voz, em uma sociedade que nos nega direitos básicos, existir e buscar um mundo melhor é Resistência!
Eu sei que já estive aqui uns meses atrás falando em recomeçar a blogar, mas que isso de fato não aconteceu, mas aconteceu TANTA coisa no mundo e na minha vida, que não consegui obter a frequência desejada naquela minha retomada.
Mas como eu acredito que a gente não pode e não deve abandonar as coisas que nos fazem bem, eu vim aqui (mesmo que tardiamente) comemorar os 11 anos do Beleza sem Tamanho. <3
Virei blogueira em um feriadão de tédio e dali em diante eu nunca mais fui a mesma pessoa, por um tempo o meu hobby virou inclusive o meu trabalh. Sei que através deste meu espaço muita gente aprendeu se olhar com mais carinho e amor, e isso é sem dúvidas nenhuma a minha grande conquista.
Sinto que o imediatismo da vida tirou as pessoas dos blogs, mas é aqui a plataforma que garante que meu conteúdo vai existir por muitos anos (enquanto eu pagar hospedagem haha). E por isso, eu quero seguir gerando conteúdos que existam na internet por muitos anos, e possam seguir sendo úteis a quem os procurar no google daqui a 5 anos.
Hoje minha vida é super corrida, eu tenho um trabalho formal, eu virei feirante nos finais de semana, eu empreendo na JF PLUS e ainda vai nascer uma novidade nos próximos dias… Então fica muitas vezes difícil vir aqui e fazer um post perfeitinho que exige muito mais que uma legenda do Instagram, mas eu gosto de vir aqui, e virei sim mais vezes.
Então me aguardem e me ajudem a ser cada vez mais presente por aqui. <3
E vocês fazem as coisas que te deixam felizes, ou costumam ir adiando (como eu muitas vezes)?
Quando vi a Thalita Arruda compartilhando em seu Instagramfotos dela com sua amiga (magra) vestidas no mesmo estilo eu já amei de cara, sabendo da veia bloguística dela eu já a convidei logo para trazermos as fotos aqui para o blog e ela prontamente aceitou. <3
Confiram abaixo as fotos e também um pouquinho sobre elas e o projeto que as motivaram a fazer o ensaio “Somos sem Rótulos”.
Marília e eu somos amigas desde que me entendo por gente, ela sempre magérrima, alta, cabelão longo e “TOTALMENTE DENTRO DOS PADRÕES”.
Eu, sempre a gorda. A amiga de Marília gorda, a gorda da turma, a gorda do rolê, a “FORA DOS PADRÕES”…
Confesso que houve um tempo em que isso me incomodou um pouco, mas nunca deixei transparecer, achava que se eu externasse isso, as pessoas achariam que eu era realmente gorda! Vê que viagem (risos). Embora por vezes isso acontecesse, eu sempre fui muito bem resolvida com meu tamanho e com a minha beleza e pra mim, o “PADRÃO” é aquele em que cada ser humano se sente bem.
Sempre fui muito ligada a moda e Marília e eu sempre tivemos gostos parecidos (iguais), consequentemente, por inúmeras vezes saímos com a mesma roupa, ou muito parecidas.
O projeto Somos Sem Rótulos é da Débora Fernandes e assim que eu vi a primeira foto sendo postada, liguei a minha história e começamos a nutrir o desejo de expandir esse projeto tão lindo, que vem mostrando que a moda é sim para todo mundo e que não importa o seu tamanho, altura, peso ou cor da pele, o que realmente importa é o que somos de dentro pra fora!
O fotógrafo Tácio Arruda topou entrar nessa conosco e não poderia ser outra pessoa, pois ele consegue captar a energia, o que estamos sentindo e o verdadeiro significado de cada momento. A felicidade que sentimos cada vez que compartilhamos uma das fotos, e que as pessoas vem no direct compartilhar um pouquinho de suas histórias, não tem tamanho.
O nosso objetivo é levar encorajamento e empoderamento para cada mulher/pessoa que possa ser alcançada por nós., afinal, SOMOS SEM RÓTULO!
O gordoativismo é um movimento social que cresce e se consolida diariamente. Uma das reivindicações mais urgentes que fazemos é a da acessibilidade, o direito a tudo que é necessário para nosso acesso e permanência em sociedade. O que muitos esquecem é que existe algo que vem antes das catracas e das cadeiras: A roupa. Não podemos ir a lugar algum se não estivermos vestidos, e quando se é uma pessoa gorda cujo manequim vai além do 54, essa dor de cabeça toma proporções que jamais seriam imaginadas por uma pessoa magra.
Mesmo que a indústria de moda plus size brasileira tenha crescido muito nos últimos 5 anos fazendo uso da bandeira de democratização da beleza, é um fato que a parcela de consumidoras que mais precisa se beneficiar desse nicho de mercado segue sendo ignorada. Aquelas pessoas que chamamos de gordos maiores, que sofrem muito mais o peso da gordofobia, também enfrentam a falta de peças de roupas fabricadas em seus tamanhos. E se analisarmos como vem se desenhando essa indústria, isso não é surpresa.
Existe hoje algo que eu chamo de padrão plus size, um ideal de “corpo gordo” higienizado e padronizado, que encontramos nas modelos utilizadas na maioria das lojas que dizem vender roupas para gordos. Esse corpo tem seios e quadris grandes, mas permanece com barriga, braços e rosto pequenos, além de uma surreal cinturinha. Ele existe para atender as regras de uma sociedade que, buscando vender um produto, precisa que ele não ameace as suas estruturas fundamentais – nesse caso, a gordofobia e o machismo. Assim, a moda plus size se tornou um meio de segregar as gordas bonitas e “aceitáveis” daquelas que ainda são consideradas excessivas demais para terem seus direitos atendidos.
Olha que legal! Um bando de modelo plus size sem barriga na campanha da marca Slink que diz para as mulheres amarem seus corpos como são.
As imagens das modelos na maioria das vezes ainda contam com um excesso desnecessário de edição.
Como resultado desse problema, temos um mercado plus size que nos oferece peças com tamanhos limitados, preços altíssimos, modelos quase magras e difícil acesso, além de pouca visibilidade midiática para as marcas pequenas que querem fugir dessa regra. Mesmo que tenhamos várias marcas de roupas plus size, a maioria delas trabalha com tamanhos insuficientes. É comum vermos novas lojas abrindo com peças até o tamanho 54, enquanto
aqueles que vestem 58, 60, 62 ou mais permanecem precisando viver com apenas 2 ou 3 lojas disponíveis. Além disso, os preços vão muito além do necessário para custear a maior quantidade de tecido e linha, sendo normal encontramos liquidações plus size em que o produto mais barato custa 70 reais. Como se já não fosse dificuldade suficiente, descobrimos ainda que a maior parte do mercado plus size se encontra na internet, dificultando o acesso de quem não sabe ou não pode comprar online. E das modelos nem se fala: Sendo magras curvilíneas ou
gordas bem pequenas, fazem com que as consumidoras maiores tenham muita dificuldade na hora de imaginarem em seus corpos as roupas que vão comprar. Isso significa o que? Muito dinheiro gasto trocas de peças que não serviram.
Mesmo que sejam menos conhecidas e valorizadas pela mídia, podemos respirar mais aliviados com as poucas marcas que tentam fugir desse padrão e criar uma indústria plus size que realmente representa a atende os corpos gordos. Lojas como Lollaboo, Zuya, Rainha Nagô, FALA e F.A.T. produzem peças em tamanhos mais abrangentes e campanhas com modelos verdadeiramente gordas, como Bia Gremion. As peças permanecem mais caras que aquelas vistas em araras magras, mas são tranquilamente justificadas pelo alto custo da produção independente.
A Rainha Nagô usa em suas campanhas modelos, clientes e até mesmo seus proprietários.
Modelos em campanha da Lollaboo.
São os esforços dessas pequenas empreendedoras que dão a certeza de que não, não estamos exigindo demais. É possível existir um nicho de moda acessível, abrangente e honesto, mas para que isso tome forma é preciso que as marcas plus size que permanecem nesse padrão insuficiente saibam que os consumidores percebem e desaprovam. Precisamos exigir, reivindicar, fazer com que as grandes e médias marcas enxerguem e valorizem as consumidoras
gordas que exigem dignidade na hora de se vestir. E como fazemos isso? Dando prioridade aos pequenos produtores e demonstrando sempre que possível a nossa insatisfação. O exemplo da Ashua, linha plus size da Renner que aumentou sua grade de tamanhos após uma estreia que gerou centenas de reclamações, nos prova que para lucrar essas empresas precisam de nós e, por isso, vão ter que nos ouvir.
Escolhi falar justamente dos problemas da moda plus size na estreia do meu canal no youtube. Por sentir falta de conteúdo objetivo e útil ao gordoativismo em forma de vídeo, resolvi botar a mão na massa e fazer eu mesma um canal que fale sobre a política e a realidade do corpo gordo.
Caso queiram saber mais sobre esses e outros assuntos, assistam o vídeo e se inscrevam no canal pra não perder os próximos. 😊
Quem acompanha o blog já sabe que quando chega as estações mais quentes do ano, tem também o verão sem neuras por aqui. O nosso #ProjetoVerãoSemNeuras acontece mais ou menos entre os meses de Setembro e Abril, dura bem mais que os 3 meses do verão da teoria, mas acompanha nosso verão brasileiro na prática.
É sempre um prazer poder compartilhar as fotos de momentos de diversão de tanta gente maravilhosa. <3
Como eu sei que tem muita gente que ainda não acompanha as redes sociais, eu trago para o blog uma pequena amostra das fotos que já postei este ano. (Eu super queria trazer todas, mas não consigo indexar muitas no post e ficaria imenso, mas para ver todas no Instagram é só clicar aqui e no Facebook aqui).
Cada foto que é enviada para o #VerãoSemneuras, é um pouquinho a mais de incentivo para quem ainda não se permitiu curtir o verão, somos o tempo todo “podados” e para muita gente ainda é preciso um caminho para se permitir.
Mas em 6 anos eu vi mudanças maravilhosas, eu também mudei muito e me vejo cada vez mais “livre” e sem neuras, a desconstrução é diária e ninguém consegue se livrar de neuras de anos em um só verão.
Então eu mais uma vez venho convidar TODOS VOCÊS, para ainda neste verão se permitirem curtir um dia de prais,piscina ou até chuveiro… Não passe calor “atoa”, não precisa ir de biquíni ou maiô, vá como se sentir mais confortável.
E para quem quiser fazer parte do #VerãoSemNeuras, é só vir, o projeto é para todos. <3