Na última sexta eu pedi na fanpage dicas de posts que vocês gostariam de ver, entre algumas dicas teve a da Laila que era falar um pouco sobre o outro lado da moeda que falamos aqui diariamente, escrever sobre o que pessoas que são magras demais enfrentam e talz.
Quando eu comecei o blog, eu usei o nome Beleza sem Tamanho, por querer focar em todas as pessoas que estão fora do padrão socialmente aceito e dizer a elas que elas podem sim serem lindas do jeitinho que são. Só que raramente tenho oportunidade de dizer isso, não faz parte do meu cotidiano, mas quando vi o pedido dela fui atrás de conversar com algumas meninas que são consideradas magras demais e conto para vocês agora um pouquinho do que aprendi.
Conversando com elas (foram 5 meninas) pude perceber que todas tiveram em algum momento problemas para aceitarem seus corpos fora do padrão desejado pela sociedade. Uma delas sobre essa questão me disse: “Eu nunca entendia como as pessoas diziam que o padrão era a magreza se ninguém queria ficar comigo justamente pelo fato de eu ser magra, o padrão mesmo não é a magreza, pelo menos aqui no Brasil, o padrão é o bundão, peitão e etc.”.
Assim como nós gordas, elas enfrentam dificuldades para comprar roupas, sendo esse um dos maiores problemas citado. Normalmente precisam recorrer à sessão infantil, mas as peças da mesma não têm o caimento perfeito e altura ideal para um corpo adulto. Além disso, elas muitas vezes evitam roupas que mostrem demais seu corpo magro e até usam mais de uma calça jeans para se sentirem mais encorpadas. Mesmo bem magrinha, uma me contou que o que mais afeta sua autoestima são as celulites, isso devido ao fato de todo mundo comentar coisas do tipo: Nossa tão magra e com celulite?
Isso me faz ter a certeza que as pessoas são sem noção e fiscais do corpo alheio, não fazem ideia do quanto à opinião delas podem interferir na vida de outras pessoas negativamente.
Se nós passamos a vida recebendo dicas de emagrecer, elas passam a vida sendo questionadas se não se alimentam. Nós muitas vezes precisamos provar que não temos doenças devido à obesidade, elas precisam se justificar que não tem nenhum transtorno alimentar, que essa é a natureza delas.
Algumas ainda querem muito engordar, outras já se descobriram lindas como são, independente dos comentários diários relacionados ao peso.
Nenhuma das que conversei sofre ou sofreu com transtornos alimentares, mas eu conheço meninas lindas e bem magrinhas que ainda se enxergam maiores do que são, por isso, não conseguem ter uma boa relação com a comida tendo muitas vezes a saúde afetada.
Essas meninas magras demais sofrem com a pressão estética, que atinge todas as mulheres. O sofrimento existe e é real, mas ele não tira delas direitos como acontece com as gordas, e é por isso que não podemos chamar de Magrofobia.
Saber um pouco mais do outro lado, só me faz ter mais certeza de algo que sempre falei: Nós mulheres gordas, não precisamos depreciar outros corpos para nos valorizarmos, não vamos reproduzir opressão com comentários que possa atingir a autoestima de outra mulher.
Para todas as mulheres que passam por aqui, lembrem-se sempre: SEU CORPO É LINDO! Ame-o incondicionalmente, você pode sim mudar algo nele se quiser, mas não se odeie por não ser como a sociedade impõe, respeite a sua natureza e valorize-se.
O post ficou bem longo, mas vou torcer para que vocês tenham lido.
Quero saber também a opinião de vocês sobre o assunto, vamos papear nos comentários? <3
*As imagens que ilustram o texto foram retiradas da fanpage da Negahamburguer, uma artista que propaga através de seus desenhos que a beleza é sem tamanho e livre de padrões.