E quem disse que gordo não pode dançar?
(Inspirado na aula de dança de salão em 28/06/2011)
Acabei de chegar da aula de dança!
Com os pulmões aflitos!!! Coração na cabeça! Já viram algo assim? Não é enfarte…é puro êxtase movido somente a música, ritmo, soltura das couraças sociais!
E o fato de ser assim tão pesada (115kg e mais uns graminhas), sou leve no salão, rsrsrs!
Ouvi o seguinte comentário do meu partner do dia: “Nossa! Você é fortinha – leiam goordaaaaa, mas é leve pra dançar. Que engraçado”…. será?
Engraçado em que sentido? O espanto por ver minha desenvoltura?
Pela constatação que “minha embalagem” não é limitante? Engraçado de ser e estar cheia de graça, graciosa em movimentos precisos, expressando o puro deleite da minha linda pessoa?
Eu que achei graça da expressão do caro colega de salão.
Como ele tantas pessoas acreditam que o fato de estarmos acima da normalidade do IMC, não damos conta de certos recados e nem de sentir prazer.
Danço desde os meus três anos, minha família é composta por pés de valsa de todos os ritmos.
Danço até com toque de celular!
É minha força de expressão, tem sido minha terapia pra vencer as cobranças de seguir padrões estabelecidos por sei lá quem (e que detesto ter de me enquadrar).
Há quem não goste, ache feio e desengoçado. Há quem maldosamente comente que só enxerga as gordurinhas ou melhor banhas a balançar.
Mas aí o problema não é meu.
O que me interessa mesmo é dar conta e atender aos meus apelos e posso sim dançar, seja salsa, zouk, bolero, samba, ou qualquer coisa que eu invente.
E a Estética da coisa? Antes, minha satisfação de ser livre é mais importante.
Estas limitações (regrinhas) estão somente na cabeça (de quem quer acreditar que não pode dançar, amar, correr, pular, aproveitar estes instantes de “felizar” – fazer-se feliz).
E que narizes continuem a torce, pois no fundo só pode ser a inveja de não conseguir ser tão feliz e intenso como eu, ali, solta, leve, linda no salão.
Rosi Rosa