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25.02.16

“Gordinhas” não servem para o jornalismo da Globo!

Que a mídia é tem padrões absurdos, todo mundo já sabe. Né?
Sabemos também que gordas nunca conseguem espaços em grandes canais, mas o que ainda me choca é saber que mesmo sendo só um pouco maior que o padrão magro e tendo o rosto mais cheinho, algumas jornalistas globais foram encostadas por não estarem no padrão estético exigido.
Na semana passada uma matéria que falava sobre o jornalismo da Globo ter afastado algumas jornalistas, mostrava também um lado bem sórdido dos bastidores. Confiram no texto que transcrevo abaixo.

Christiane Pelajo/ Renata Ceribelli/ Ana Paula Campos

“Não foi mera coincidência. Antes de deixarem seus telejornais, as jornalistas receberam muitas cobranças por estarem acima do peso. Ana Paula Campos, por exemplo, recebeu três ultimatos pouco antes do fim do Globo Rural diário, em novembro de 2014. Ela virou repórter de um noticioso local, o Bom Dia São Paulo. A Globo nega que tenha deliberadamente afastado as “cheinhas” das bancadas. Diz que “essa suposição é ultrajante” e que “só pode ter origem no olhar preconceituoso e sexista do colunista” (leia nota no final do texto original).
Não é o que fala abertamente em seus corredores. Além do peso, cabelos mal cuidados também são motivo de advertências na emissora. Anteontem (15), a repórter Patrícia Taufer, de São Paulo, foi demitida apenas alguns dias após se recusar a pintar os cabelos, que estavam ficando brancos. O motivo alegado à profissional, no entanto, foi outro: o de que ela estava desmotivada.
Não existe uma regra escrita na Globo determinando que apresentadoras e repórteres devem ser magras, porque pessoas magras ficam melhor no vídeo, já que o vídeo deixa os profissionais maiores do que realmente são. Mas a pressão é forte. Os chefes do jornalismo abordam as jornalistas e dizem que elas têm de emagrecer. Além disso, as apresentadores passam por provas de roupas a cada 15 dias. Quem está acima do peso é “denunciada”. As roupas chegam em tamanhos já predefinidos.” Leiam o texto na íntegra aqui.

Não é tudo muito absurdo? Só que dois fatores tornam tudo ainda pior.

O primeiro é que nenhuma dessas mulheres é gorda, elas possuem corpos um pouco maior que o padrão modelo magra. Assim como a grande maioria da população.
Nelas não tem nem sinal de: bração, pernão, barriga ou qualquer outra ligação com o corpo de uma mulher que seja gorda.
Saindo do universo midiático, elas são apenas mulheres que comumente são definidas como “normais” (vale lembrar que todas somos normais), ou seja, nem magra e nem gorda.

Já o segundo ponto é que o padrão Globo, aceita homens não magros, como é o caso do muso do Evaristo Costa e vários outros.


E sabem o motivo disso? Machismo! Eles ainda controlam o corpo da mulher, enquanto homens tem o direito de serem como são.

Vocês já tinham se dado conta que na Globo os homens são: não gordos, grisalhos e até mesmo gordo? Enquanto as mulheres precisam seguir exatamente o que o padrão deles exige.
Eu acho ótimo que eles tenham esse espaço e possam mostrar que são bons profissionais, mas eu quero que todas as mulheres também possam ocupar as cadeiras da Globo, independente da aparência.

Eu torço muito para o dia em que a única coisa que vai definir um emprego será: a capacidade para o cargo.

4 Comentários // Deixe o seu!

  • Olha, é bem polêmico esse assunto. Quando entrei pra faculdade de jornalismo, logo entendi que a minha área de atuação seria a produção. Nunca nem tentei por que já no processo de estágio você não é chamada.
    Infelizmente, é assim. Não tem pra onde correr.
    Quando percebemos a presença de uma gordinha, como a Fabiola, da Record, ela é sempre ridicularizada e é sempre apontada como principal característica a gordura.

    Dificil.

  • Alejandra says:

    Já perdi a esperança de na minha geração, uma pessoa gorda ser considerada normal. Tenho 1,68mts e peso 100 kgs, tenho formação superior, especialização e MBA ejá perdi empregos por causa do meu peso, nunca foi declarado abertamente, mas a vaga ia para profissionais com menos preparo que eu, porém magras o suficiente para serem consideradas saudáveis. Tenho cinco anos no emprego atual, só deixei de trabalhar um dia por motivo de saúde. Me considero saudável, capaz e preparada para o mercado de trabalho, mas os empregadores não. Todos, ou a maioria, pensa que sobre peso é preguiça, falta de animo e não dão chances iguais para que possa mostrar a nossa capacidade.

  • Oi
    Simplesmente Amei o ponto de vista!
    Sucesso!!

  • Olá, tudo bom?

    Gostei muito do seu post no seu conteúdo.

    Cumprimentos!

    Marcio Henrique do Guia do Somatodrol

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