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09.08.16

Gordas podem ter direitos negados até onde não se imagina!

Ser uma mulher gorda é conviver diariamente com vários NÃOS, é a roupa que não serve, a cadeira que não te cabe, o carinha que não te assume, o empregador que não te contrata e vários outros nãos.
Só que em algumas situações, um NÃO tem um peso muito maior que os outros e podem, não só minar a autoestima de uma mulher, como colocar a vida dela em risco.
Já contei aqui no blog o caso da Mana que teve o direito de fazer um preventivo negado por um ginecologista por conta de seu peso. (Leiam aqui.)
Mas a notícia do momento é sobre a Rachel Patrício (Gorda, Linda, Militante contra a Gordofobia e também Nutricionista), ela agendou sua cesariana para ontem e ao chegar no hospital, ela não pode realizar o procedimento, segundo foi passado para ela, o motivo de não atendimento era que a maca do centro cirúrgico só suporta até 130 kgs e que não tinha agulha ideal para anestesiar pacientes obesos.

Como ela é uma mina empoderada e ciente dos seus direitos, soube na hora que aquilo era um absurdo, mas teve que engolir mais esse NÃO da vida e aguardar para que se conseguissem um hospital com a estrutura necessária para ela. Hoje a situação foi resolvida e ela conseguiu ter seu bebê e ambos passam bem.

GORDAS PODEM TER DIREITOS NEGADOS ATÉ ONDE NÃO SE IMAGINA

 

Alguns portais contaram sobre o ocorrido (G1, Catraca) e os comentários são cheios de preconceito e até ódio ao corpo gordo, como se ela tivesse passado a gravidez se entupindo de fastfood… E ela não passou, inclusive, fez várias postagens sobre a alimentação em seu instagram, mas mesmo que tivesse comido só fritas e coca cola, assim como qualquer pessoa, ela tem DIREITOS como cidadã, que deveriam ter dado amparo para ela no momento do parto e não ter causado um estresse em um momento tão importante. As pessoas precisam entender que não podem julgar a saúde de ninguém baseado em peso, mas nós gordos precisamos nos unir de verdade e lutarmos por nós em busca de maior acessibilidade, hoje isso aconteceu com ela, mas isso está acontecendo com gordas e gordos a todo momento. Vamos deixar apenas de querer nos sentirmos lindas sendo gordas, vamos também buscar por direitos que nos são negados diariamente.

Para a Rachel, eu desejo dias maravilhosos e de muito amor ao lado do mais novo integrante da família. Para todas as pessoas que já passaram por isso, eu desejo força para superar o ocorrido, mas para todos que ainda vão passar eu desejo que não se CALEM, busquem ajuda e vamos reclamar sim, é um direito nosso.

Vocês já passaram por algo assim? Eu confesso que vivo sentando em lugares que não foram projetados para o meu peso (não falo só de cadeiras de plástico) e sim, eu temo que eles acabem não suportando e aconteça algum acidente.

 

11 Comentários // Deixe o seu!

  • Vanessa says:

    Infelizmente no dia do meu parto, a primeira coisa que ouvi, logo após saber que meu bebê não havia sobrevivido, era que eu devia emagrecer antes de pensar em ter um filho novamente , que eu estava muito gorda para ficar grávida . Foi uma gestação super tranquila, tudo ia muito bem, mas na última semana minha pressão subiu demais e ele não resistiu. E senti sim um tratamento diferente por causa do meu peso .

  • Eu precisava estourar uma pedra no rim…o medico do procedimento devia ter dito de cara q o aparelho nao dava, mas nao, ele me machucou em torno de 1h me apertando e tentando virar pra do nada resmungar: Esse seu tamanho….
    So sentia dor e vergonha, fui embora correndo pra chora escondido

  • Já fui impedida de fazer um radiografia dos pés com carga porque esse tipo de procedimento só é realizado em hospitais e porque laboratórios não tem equipamento para esse procedimento em obesos.
    Vou fazer agora dia 17, mas fiquei frustrada quando tentei agendar no laboratório.

  • Eu precisava estourar uma pedra no rim…o medico do procedimento devia ter dito de cara q o aparelho nao dava, mas nao, ele me machucou em torno de 1h me apertando e tentando virar pra do nada resmungar: Esse seu tamanho….
    So sentia dor e vergonha, fui embora correndo pra chora escondido

  • Força,querida Rachel, na mais linda aventura que vc se atreveu à experimentar : ser mãe! Quanto à nossa não tão brilhante e antiga aventura que é te um corpo gordo…ahhhhhhhhhhh,ame-o! estão errados os padrões não nosso corpo. Passei poucas e boas em hospitais tb… meu parto foi” “natural”…”Natural” por displicência médica – cortaram a sangue frio minha vagina,o motivo foi diferente,nesse hospital tilha agulha pra gordas,MAS eles não acharam que uma mulher de 125kg teria uma dilatação tão rápida e me deixaram de lado até eu estar com 8,5 de dilatação- a anestesia não pega depois de 7 centímetro…) ,dez anos depois da minha Maroquinha nascer eu estava com 180 kgs, e embora não tivesse problemas com colesterol ou diabete ou triglicédes,não conseguia mais andar muito tempo,dar aulas ou atuar doia -me os tornozelos e os joelhos terrivelmente… e decidi fazer a bariátrica…O plano de saúde enrolou por quase dois anos (digo enrolou, pq eu tinha todas as indicações para a bariátrica, veja bem…180 kilos ! ) Pois bem… fui para o hospital. Hospital esse que fazia a bariátrica- presume-se que quem faz essa cirurgia é obeso,né? Internei-me e as surpresas começaram- não havia roupa pro centro cirúrgico que servisse em mim…nem cadeira de rodas para obeso,nem o medidor de pressão próprio para os gordos, a maca era estreita e eu poderia cair… Foi tão triste que até hoje 60kg mais magra (hoje voltei aos 120 kilos) e dois anos depois inda choro ao lembrar… Tive complicações na cirurgia, duas paradas cárdio-respiratórias, tive que ficar 28 dias sem comer ou beber (nem aqueles 50ml a cada duas horas -como é previsto para esse procedimento…. Na primeira consulta com a nuticionista ,investigando se era algo psicológico a minha impossibilidade de me alimentar, perguntou-me se eu não estava bebendo leite condensado escondido nas idas e vindas da minha casa para a internação no hospita,(dormi duas noites na minha casa nem um mês)_ pq como todo mundo sabe… ” gordo é sem vergonha e sempre dá um jeito de burlar a dieta” ( num conseguia tomar nem água…ficava no soro o tempo todo para não zerar sódio e potássiol!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!.O preconceito é muito grande e a nossa luta tem que ser ainda maior! Vida londa aos nossos sonhos, irmã!

  • Fiz todo pré-natal num hospital público e dias antes do parto me informaram que não poderia ter meu filho lá, que deveria procurar um hospital mais especializado, pois estava obesa e não caberia na maca, que era estreita. E olha que na gravidez só engordei 12kg, estava com 92kg com 9 meses. Foi horrível, fiquei péssima.

  • Deise Garay says:

    Sentei no lugar reservado para obesos no ônibus, logo depois veio um idoso e sentou ao meu lado, mesmo tendo outros lugares vagos para idosos. Em uma curva, ele se desequilibrou, quase caiu e resmungou algo do tipo “esses gordos”…se ele viu que tinha alguém ocupando o espaço que ele achava que tinha direito, por que sentou na pontinha? Só suspirei de impaciência, porque ele ainda fedia demais!

    • Kkkkkkkk imagino a cena!!! Há pessoas inconvenientes e que se acham no direito de nos diminuir. Cansei de ser gorda, já não passava nas catracas, já ando farta de ouvir pitacos, estou tentando emagrecer

  • Jamilye says:

    Só vejo esse tipo de comentário em gente ridícula, mal amada e sem brilho próprio que não aparece se não “pisar” em alguém. Ser gordo ou magro não deve ser parametro para um bom atendimento médico, por exemplo. Os direitos não podem ser negados. Vamos ser mais humanos, por favor. Ou vamos processar gente imbecil…

  • Eu já passei varias vezes uma vez foi no Ame da minha cidade a esteira inclinada é para um exame do coração,só suportava 130 quilos o pior que eu fui e fiquei esperando e perdi o meu dia,fiquei mal claro,mas a vez que a maca do ginecologista desmontou comigo em cima foi pior é uma daquelas hidráulicas eu fui orientada a descer um pouco e bum lá vai eu direto de bunda no chão acho que foi uma queda de 1,20 lembro que foi tão desconcertante que o nervoso me fez mal por meses.

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