Por mais que se criem leis, regras e normas de convivência, a maioria dos seres humanos parece não entender que o seu semelhante, por mais “diferente” que seja a seus olhos e a seu coração, continua sendo seu semelhante. Criou-se, com o passar do tempo, padrões de sociedade onde o diferente parece ridículo, a moda é ser igual, imitar, copiar, plagiar… Tudo tem que seguir um paradigma… Por quê?… E o livre arbítrio?… E o respeito?… E o amor ao próximo?… Onde ficam?
Estou escrevendo este texto num domingo a noite, acabo se assistir a uma matéria do Fantástico falando das “gordinhas”… Criaram um calendário só com modelos acima do peso para 2010.. Aliás, acima do peso na concepção de quem?… Quem criou estes padrões?… Quem inventou que a saúde depende do número que aparece na balança? Em alguns aspectos até tem lógica, mas se a pessoa está com suas funções vitais normais, pratica atividades físicas periodicamente, ou seja, tem uma vida saudável e mesmo assim continua pesando mais do que aquilo que manda os padrões criados por não sei quem, não existe razão convincente para se estressar com o peso…
E o pior é que, na matéria em questão, entrevistaram uma consultora de moda que deu alguns macetes para disfarçar o peso e a imagem fora dos padrões, o que me leva a crer que o esteriótipo de beleza continua, ou seja, se ainda existe algum tipo de padronização, existe discriminação e preconceito… Se uma pessoa se expõe em rede nacional para dizer que se aceita e está bem resolvida com seu corpo, por que então se submete aos conselhos de uma consultora que a orienta a disfarçar a sua imagem?… E o que dizer do fotógrafo das “fofinhas” do calendário que diz usar alguns recursos e truques para esconder suas curvas?… Qual a razão de se usar recursos gráficos para disfarçar aquilo que é declaradamente aceitável pelas modelos?…
Meu cérebro inconformado não consegue processar estas informações de forma coerente, por isso concluo, mais uma vez, que são muito bonitas as ações contra o preconceito e a discriminação, porém continuam existindo os conceitos discriminatórios de beleza que fazem a maioria da população sentir-se excluída de alguma forma, pois não passam no controle de qualidade dos seres desumanos, que por coincidência são seus semelhantes…
Por fim, não sossegarei sem expor duas indagações que minha mente inconformada e irriquieta obriga meus dedos a digitarem:
Por que razão os seres humanos, inegavelmente semelhantes, julgam-se diferentes o suficiente a ponto de uma minoria criar padrões que excluem a maioria?… Qual motivo leva uma pessoa a esconder algumas de suas características, mesmo dizendo aceitá-las?
Tudo isso se resume em uma palavra, cujo exagero é o causador de todos estes paradoxos: VAIDADE…
Márcio Roberto Goes
http://www.marciogoes.com.br/
Passeando na WEB me deparei com esse texto e amei o ponto de vista do autor e por isso trouxe para compartilhar com vocês.
bom restinho de feriadão para todos vocês
bjs kalli