Muitos leitores me perguntam se eu sou Plus Size. É uma curiosidade comum, pois a maioria que me procura não espera uma gordinha segura e com tanta autoestima. A grande maioria acha que eu sou praticamente uma modelo fisicamente falando.
Mas não sou. Sempre fui a gordinha da família, a gordinha da roda de amigas e amigos…e sempre fui a gordinha escolhida pelo mais bonito para beijar…rss…e sim, eu causava uma certa inveja, afinal…uma gordinha que faz sucesso entre os meninos era…ou é algo incomum?!
Mas nem sempre funcionava assim…na adolescência sofri meus preconceitos, que hoje chamamos de BULLIYNG…alguns meninos e meninas tiravam sarro. Não sei se me importava, até por que não tenho em minha memória algo que me desagrade a ponto de lembrar.
Mas quando se trata da minha família materna…tenho mil lembranças. Nem todas boas, até por que nunca fui muito apegada a essa família. Acho que pelo fato de sempre me conceituarem como GORDA, acabei me afastando e mostrando assim que eu tinha auto estima e segurança para lidar com eles.
A cada NOSSA COMO VOCÊ ESTÁ GORDA..ou… NOSSA VOCÊ NÃO VAI EMAGRECER?? Eu sofria calada. Engolia a seco e seguia a vida.
Não posso dizer que nunca recebi uma palavra de elogio…mas o VOCÊ ESTÁ GORDA vinha sempre em primeiro lugar.
Eu poderia ter me transformado sim em uma mulher cheia de inseguranças, por que na minha família materna só era e é ainda aceita quem tem corpo magro. E eles fazem questão de demonstrar isso.
Uma madrinha sempre fazia questão de acentuar isso…não me dava atenção, não me dava bons presentes…geralmente ia sempre para os outros sobrinhos, eu era a esquecida..
Lembro que em uma pascoa, eu ganhei um ovo minusculo…e eu queria uma caixa de bombom (ou seja, eu queria só 1 caixa de bombom), enquanto meus primos ganhavam ovos e mais chocolates de todos os tipos de tamanho, para mim era reservado um ovo pequeno..pois eu estava gorda e não poderia comer chocolate. Não sei quantas vezes isso se repetiu…mas eu seguia a minha vidinha.
Eu já fiz dietas…muitas. Já emagreci e engordei. Lembro que a única vez que perdi a fome foi quando me apaixonei e amei pela unica vez em minha vida, isso foi em 1992. Foi a época mais magra…eu tinha 14 anos. Mas na época não me ligava muito nessa questão…
O tempo passou e aos 14 anos eu fui embora, para longe desse povo todo que tentavam me colocar para baixo.
Não deixei de escutar piadinhas…mas soube absorver isso como algo que não me acrescentava em nada. E é isso que faço até hoje. Não posso dizer que as vezes não dói. Dói sim…machuca.
Mas não faço dramas…até por que geralmente as pessoas que me falam isso são mentes ignorantes e que atribuem a gordura a falta de saúde e inteligencia.
Sempre me destaquei nos grupos…sendo a menina mais querida. mais interessante…e sempre fiquei ou namorei os homens que quis. E isso não tem nada a ver com o meu físico e sim com a minha personalidade.
Gosto do que vejo no espelho…não sou do tipo de mulher que implica com barriga, com cabelo…só com a minha sobrancelha…rss, ela tem que estar impecável…o resto a gente disfarça com uma roupa bem cortada…e um sorriso de parar o transito.
Sei exaltar meus pontos fortes. Não tenho o espelho como inimigo.
Mas claro que como todo o ser humano as vezes bate a insegurança…mas geralmente não é por conta do meu peso…
No final de semana estive com uma tia, que considero muito querida…e ela me falou algumas coisas que sinceramente me deixaram tristes…mas que de maneira nenhuma vou deixar me abater…
Por diversas vezes ela me indagou sobre fazer a cirurgia bariátrica, hoje parece moda…se você não emagrecer…passa o bisturi e fica tudo certo. Uma prima vez por conta da saúde e está bem…eu sinceramente só faria se caso eu tivesse indicações (infelizmente tenho uma herança genética horrível…Diabetes e câncer dos dois lados da família).
Mas como sei que está tudo certo, não me vejo realizando algo radical.
Continuando, nessa conversa ela me colocou defeitos…e disse que eu não ia conseguir muita coisa se não fosse magra…que hoje o que conta é aparência. Aquilo doeu…e eu respondi a ela que não tenho problemas no espelho e tudo que consegui foi através do meu estudo…do meu trabalho e quem não está satisfeito com o que vê em mim que vire as costas…eu não tenho que me adequar ao mundo para ser aceita.
Para completar ela disse: você não tem vaidade?? tenho e muita…e diga-se de passagem o que tenho de vaidosa puxei a senhora…pronto, ela ficou quieta.
Mas isso me deixou pensativa, por que hoje com 36 anos ainda preciso provar para minha família que sou uma mulher bonita e bem resolvida…e que mesmo diante do que eles pensam…eu não vou me adequar a eles.
Esse desabafo serviu para aliviar meu peito, por que eu também sofro com o excesso de peso. Eu também recebo criticas. E foi por conta dessa realidade que eu resolvi entrar de vez no mundo Plus Size e me tornei uma estudiosa no assunto. Por que quero transmitir a vocês o que eu aprendi na pratica.
A gente não pode se abalar com comentários maldosos, mesmo aqueles que não tem a intenção de ser…precisamos sim encarar o espelho e melhorar o que não gostamos. Mas melhorar de forma segura e inteligente.
Não mude pelos outros. Mude por você. Isso é auto estima.
Obrigada pelo carinho que vocês me oferecem a cada postagem…a cada mensagem no Wh
ats.
Podem ter certeza que eu aprendo muito…
Abaixo estou disponibilizando o Link da entrevista que concedi á radio FMZ de Espirito Santo, ao jornalista Valdinei Guimarães – Programa Conexão.
Espero que vocês gostem.
Luiza Levy
Profissão: Sexóloga Plus Size
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