Uma gerente da grife italiana Prada está processando a empresa, alegando que recebeu ordens para manter apenas gente bonita em suas lojas no Japão
Por Época NEGÓCIOS Online
Uma gerente senior de vendas da grife italiana Prada no Japão está processando a empresa sob alegação de que recebeu ordens superiores para mudar seu corte de cabelo e emagrecer para se adaptar aos padrões da companhia. Ela afirma, ainda, que o chefe a chamou de feia e disse que tinha vergonha de apresentá-la a executivos do alto escalão da Prada.
Rina Bovrisse, que era responsável por uma equipe de 500 pessoas em 40 lojas espalhadas pelo Japão, entrou com ação na justiça do trabalho japonesa baseada em discriminação e perseguição.
No processo, Rina afirma que em maio do ano passado recebeu ordens diretas do CEO da Prada Japão, Davide Sesia, para “eliminar” cerca de 15 gerentes da área de varejo que ele teria descrito como “feios, gordos, velhos, horríveis ou que não tenham o visual Prada”. A ordem teria sido dada após uma visita a 40 lojas da grife italiana, uma das mais desejadas do universo da moda.
Após a visita do CEO, o departamento de recursos humanos teria notificado 13 funcionários que foram transferidos devido a “vendas inferiores”, segundo contou Rina Brovrisse ao jornal japonês “Japan Times”. Pouco depois, ela diz que foi chamada para uma reunião com o próprio Davide Sesia, que lhe disse para “mudar o corte de cabelo e perder peso” porque ele teria “vergonha de sua feiura e não queria que funcionários do alto escalão na Itália a vissem em suas visitas”.
Com 18 anos de experiência no mercado internacional de moda, a gerente recebeu uma “licença involuntária”, na prática uma suspensão, em novembro do ano passado e decidiu entrar na justiça um mês depois.
“Minha responsabilidade é proteger mulheres que trabalham duro e se esforçam, garantindo a elas um ambiente de trabalho que seja justo”, ela disse ao jornal.
Com a divulgação da entrevista, o caso ganhou notoriedade principalmente na Europa, onde está localizada a sede da Prada. Uma porta-voz da Prada em Tóquio informou que a companhia não comentaria o assunto.