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Categoria: Preconceito

30.08.16

Crianças não deveriam fazer Dietas!

A atriz mirim Jesuela Moro falou (aqui) sobre seus sonhos e rotina, mas uma frase chama a atenção e reproduzo abaixo:

“Voltei para a dieta esta semana, pois nas férias a gente sempre abusa, né? Eu sou meio chata com isso, fico muito reclamona. Minha mãe enlouquece comigo. Às vezes dá um desespero quando olho no espelho, mas tenho consciência de que só vou engordar se comer muito. Então, com a dieta, eu me vejo e fico feliz com o resultado. Me estimula a continuar seguindo.”

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É muito triste ver que uma menina de 11 anos já está sofrendo tanto com a autoimagem e perceber que ela tem consciência que fazer dieta é algo que prejudica seu humor. Vocês também conseguem notar isso nas palavras dela?
Sei também que crianças nem deveriam trabalhar e a pequena Jesuela, infelizmente, está sendo submetida a situações que cobram dela um padrão de beleza muito alto e isso vai refletir durante toda a vida dela, mas essas situações não são restritas a crianças famosas, eu mesma fui submetida a dietas desde muito cedo e tenho certeza que, assim como eu, várias outras pessoas que hoje são gordas passaram por essas dietas na infância.

Em um levantamento entre pessoas próximas é fácil percebermos que as dietas da infância geraram mais traumas que benefícios.

Crianças não deveriam fazer DietasOs alimentos não podem ser separados em proibidos e permitidos, isso apenas supervaloriza ainda mais os “proibidos”.

Se você convive com criança gorda em casa, não a coloque em dieta, é terrível aprender ainda criança que devemos comer escondido ou seremos punidos (pelos adultos e pela balança).
Incentivem as crianças a brincarem mais e se divertirem muito, vale muito a pena ensinar as crianças a comerem de tudo (eu não sei até hoje), não por um alimento ser bom para emagrecer ou coisa do tipo, mas ensine que todos os alimentos são importantes para o bom funcionamento do nosso organismo.
Torço para que Pais, Médicos e Nutricionistas entendam que Dietas focadas em redução de peso não é coisa de criança. Deixem as crianças serem crianças.

Vocês passaram por dietas na infância?
Como foi para vocês, contem-nos sobre aqui nos comentários e vamos dividir nossas experiências.

16.08.16

Bullying e omissão levam garoto ao suicídio

Em algum momento todos nós passamos por ações bullying, mesmo que ele não tivesse ainda nome, mas são as crianças e adolescentes são os que mais sofrem.
Toda “diferença” é motivo para que as algumas pessoas pratiquem bullying, quem foi uma criança/adolescente gorda na certa se lembra de tudo que ouviu nos tempos de escola.
Em algumas pessoas o Bullying causa danos graves a autoestima e atrapalha inclusive a socialização, mas para outros a dor é ainda maior e eles não suportam o sofrimento. Esse foi o caso do jovem Daniel Fitzpatrick, que resolveu tirar a vida após não suportar o bullying diário que precisava encarar na escola.

Bullying e omissão levam garoto ao suicídio (1)

De acordo com o New York Daily News, o menino de Staten Island, nos Estados Unidos, cometeu suicídio na semana passada após pedir ajuda a escola para tentar parar com o bullying que vinha sofrendo. A instituição se recusou a intervir, mesmo com pedidos de professores. Assim, Daniel se enforcou com um cinto, no sótão de sua casa. Pouco tempo antes disso acontecer, o aluno escreveu uma carta em que explicava como se sentia, como o bullying e a falta de ajuda o afetavam. Ele tinha a intenção de entregar a carta a escola.

Bullying e omissão levam garoto ao suicídio (1)

Na carta, Daniel escreveu: “estou escrevendo para contar minha experiência na Holy Angels Catholic Academy. A primeira vez, foi tudo bem. Muitos amigos, boas notas, vida ótima. Só que eu mudei e voltei para escola e isso foi diferente. Meus antigos amigos mudaram. Eles não falavam comigo, nem gostavam de mim. A 6ª série veio. Anthony, meu amigo, não se deu muito bem e eu também. Mas Anthony resolveu descontar isso em mim”.

“Ele praticava bullying contra mim ao lado de John, Marco, Jose e Jack. Faziam isso constantemente, até que eu entrei em uma briga com Anthony. Todos pararam, exceto John, ele estava com raiva. Eu acabei tendo que tirar raios-x do meu dedo por causa de John. Acabei brigando com ele e tive meu dedo mindinho fraturado”.

“Ele acabou tendo problemas. Para mim, nenhum problema. Mas eles continuaram. Eu desisti dos professores também. Eles não faziam NADA. Não brigavam com eles e ainda quando eles arranjavam problemas, eu que levava a culpa e tinha problemas. Anthony estava bravo comigo porque acreditava que eu fiz ele falhar. Mrs. McGoldrick não fazia nada”.

“Contei para todos os professores, que não fizeram nada. Exceto Ms. D’Alora. Ela era a professora mais legal de todas. Ela entendia e fez alguma coisa, mas isso não durou muito. Eu queria sair, eu implorei, pedi eventualmente. Eu falhei, mas eu não me importava. Eu estava fora e era tudo o que eu queria”.

As informações foram retiradas daqui.

 

É muito triste que isso aconteça, mas é ainda mais absurdo que uma instituição escolar seja omissa a situações como essa. Espero que o Daniel esteja em um lugar melhor que este em que vivemos.

Vocês já vivenciaram o bullying? Costumam observar se as crianças/adolescentes do seu convívio sofrem com ele? Lembrem-se sempre de dizer as crianças o quanto elas são maravilhosas do jeitinho que são, isso irá ajudá-las a suportar melhor situações de bullying.

 

09.08.16

Gordas podem ter direitos negados até onde não se imagina!

Ser uma mulher gorda é conviver diariamente com vários NÃOS, é a roupa que não serve, a cadeira que não te cabe, o carinha que não te assume, o empregador que não te contrata e vários outros nãos.
Só que em algumas situações, um NÃO tem um peso muito maior que os outros e podem, não só minar a autoestima de uma mulher, como colocar a vida dela em risco.
Já contei aqui no blog o caso da Mana que teve o direito de fazer um preventivo negado por um ginecologista por conta de seu peso. (Leiam aqui.)
Mas a notícia do momento é sobre a Rachel Patrício (Gorda, Linda, Militante contra a Gordofobia e também Nutricionista), ela agendou sua cesariana para ontem e ao chegar no hospital, ela não pode realizar o procedimento, segundo foi passado para ela, o motivo de não atendimento era que a maca do centro cirúrgico só suporta até 130 kgs e que não tinha agulha ideal para anestesiar pacientes obesos.

Como ela é uma mina empoderada e ciente dos seus direitos, soube na hora que aquilo era um absurdo, mas teve que engolir mais esse NÃO da vida e aguardar para que se conseguissem um hospital com a estrutura necessária para ela. Hoje a situação foi resolvida e ela conseguiu ter seu bebê e ambos passam bem.

GORDAS PODEM TER DIREITOS NEGADOS ATÉ ONDE NÃO SE IMAGINA

 

Alguns portais contaram sobre o ocorrido (G1, Catraca) e os comentários são cheios de preconceito e até ódio ao corpo gordo, como se ela tivesse passado a gravidez se entupindo de fastfood… E ela não passou, inclusive, fez várias postagens sobre a alimentação em seu instagram, mas mesmo que tivesse comido só fritas e coca cola, assim como qualquer pessoa, ela tem DIREITOS como cidadã, que deveriam ter dado amparo para ela no momento do parto e não ter causado um estresse em um momento tão importante. As pessoas precisam entender que não podem julgar a saúde de ninguém baseado em peso, mas nós gordos precisamos nos unir de verdade e lutarmos por nós em busca de maior acessibilidade, hoje isso aconteceu com ela, mas isso está acontecendo com gordas e gordos a todo momento. Vamos deixar apenas de querer nos sentirmos lindas sendo gordas, vamos também buscar por direitos que nos são negados diariamente.

Para a Rachel, eu desejo dias maravilhosos e de muito amor ao lado do mais novo integrante da família. Para todas as pessoas que já passaram por isso, eu desejo força para superar o ocorrido, mas para todos que ainda vão passar eu desejo que não se CALEM, busquem ajuda e vamos reclamar sim, é um direito nosso.

Vocês já passaram por algo assim? Eu confesso que vivo sentando em lugares que não foram projetados para o meu peso (não falo só de cadeiras de plástico) e sim, eu temo que eles acabem não suportando e aconteça algum acidente.

 

05.08.16

Sua Família não é dona do seu Corpo!

Infelizmente a grande maioria das pessoas gordas enfrentaram e enfrentam episódios de gordofobia dentro de casa, isso acontece em graus diferentes e muitas vezes com o respaldo de só estarem pensando na saúde, mas a realidade é mesmo a gordofobia e a pressão estética. A sociedade em que vivemos acredita que só magros são bonitos e até quem nos ama tende a querer nos encaixar nos padrões de beleza, é comum ter sempre alguém da família que acredita que pode palpitar e se meter como se fosse dona do seu corpo.

dona do seu corpo

Ninguém é dono do corpo de outra pessoa, não importa o grau de parentesco, ninguém tem direito de controlar o corpo alheio. Quem faz isso só mostra o quanto é preconceituoso e sem noção.

Hoje me deparei com uma notícia que um avó comentou na foto da sua neta no Facebook:
“Você ficaria linda se emagrecesse”
Um print do caso viralizou, e avó ainda ficou brava, dá para acreditar? Segundo a matéria que li aqui e transcrevo uma parte: “Ela ficou bem brava. Eu não acho que minha avó é ruim ou malvada, mesmo. Ela sempre foi assim, fala umas coisas sem pensar, tem o gênio difícil. Mas eu e minha família não gostaríamos que ela fosse de outro jeito”, disse a jovem em entrevista ao jornal britânico The Sun. “Eu não sou muito boa com essas coisas de redes sociais. Eu deveria ter feito esse comentário com uma mensagem privada para a minha neta, de modo que só ela pudesse ver. Fico feliz que ela não tenha levado a mal. Ela é linda”, emendou a avó, que se considera uma pessoa “brutalmente honesta”.

A Gordofobia é tão naturalizada, que quem está errado ainda se sente com mais direitos que o ofendido, além disso a pessoa ofendida muitas vezes se sente mal (se culpa por ser gorda) e ainda pede desculpas aos agressores da família.
Para quem passa por situações como essas, deixo alguns pontos que vocês não podem se esquecer:

 

Foca nessa imagem e se liberte também. <3

• Ninguém da sua família pode ter poder em relação ao seu corpo, isso inclui que não podem te obrigar a fazer dietas, contar as calorias do que você come ou te empurrar para academia. Quem faz isso não quer o seu bem estar físico nem emocional.
• Quem te ama muitas vezes se preocupa sim com seu corpo gordo, não exatamente com a saúde, é comum que o conceito de beleza dessas pessoas seja magro e ela acredita mesmo que você só será feliz se for magro. Quando isso acontece é preciso deixar claro que o problema da pessoa com o nosso corpo, é reflexo de conceitos dela e ela que se vire para descontruir, pois nós não vamos deixar de viver enquanto eles dizem sofrer por sermos gordos.
• Mesmo que suas contas sejam pagas por sua família, não aceite ter seu corpo julgado o tempo todo, se imponha mais e enfrente os julgamentos.
• Emagrecer é uma decisão pessoal, faça isso se for a SUA vontade, não o desejo de alguém que convive com você.
• NUNCA permita que controlem seu corpo, libertem-se e enfrentem os preconceitos que vivencia.
• Busque ajuda, se a pressão familiar em relação ao seu corpo tiver sendo muito para suportar sozinha, não hesite em buscar ajuda psicológica.

Não se esqueçam nunca: Cada pessoa é ÚNICA e cada uma deve amar seu corpo do jeitinho que ele é, amá-lo é também preservar-se de conviver com pessoas tóxicas. 

Vocês já passaram por situações em que pessoas da família se consideravam donas do seu corpo?

Conte-me aqui nos comentários, vamos mostrar umas às outras, que infelizmente isso é comum demais e que felizmente é possível passar por cima desses comentários e seguir a nossa vida.

27.07.16

Ativista propaga gordofobia na internet!

Quando uma pessoa que é oprimida pela sociedade escolhe oprimir milhares de pessoas, é uma coisa muito triste de se ver, ontem eu tive acesso a uma publicação feita por uma moça trans que é modelo e ativista, com isso tem muitas pessoas em seu perfil do Facebook. Alguns amigos (conhecidos/ admiradores) dela a alertaram sobre a gordofobia propagada e ela seguiu achando cool a sua piadinha.

Melhor do que tentar resumir e não ser clara, eu tive um trabalhão para printar tudo e esconder nomes e fotos (deixei o primeiro nome dela). Vejam abaixo o que a Ariel pensa sobre ser magra e sobre não ser.

ativista propaga gordofobia na internet (1)ativista propaga gordofobia na internet (3)ativista propaga gordofobia na internet (2)

Ninguém tem direito de ser gordofóbico, mas quando isso vem de uma pessoa que sofre tanto também com as pressões sociais e recentemente foi modelo para uma marca em uma campanha que dizia exatamente que todo corpo deveria ser respeitado, o preconceito se torna ainda mais chocante.

Ariel escolheu ser preconceituosa, no primeiro comentário que ela recebeu mostrando que ela estava dando um baita close errado, ela podia ter apagado e pedido desculpas. Mas não, ela decidiu ser ainda mais cruel e se declara mesmo gordofóbica em um dos comentários.

Mulheres trans são pessoas que enfrentam preconceitos diariamente, assim como mulheres gordas. De acordo com as declarações ao menos para a Ariel, a mulher gorda é uma sub classificação e não tem o direito nem de mandar em si mesma, isso é nó mínimo triste de ler.
Já a marca que ela estampa relatou quando questionamos, não poder interferir na posição da modelo em suas redes sociais, mas eu espero sim que a marca se posicione a respeito, nós gordas merecemos isso.

Eu não entendo por qual motivo as pessoas já esclarecidas como a Ariel, tem dificuldade em desconstruir a gordofobia e negam empatia as gordas.

Quando as gordas serão ouvidas e as pessoas vão parar de caçoar de nossas dores? A Helena falou também sobre isso aqui.

gordofobia

Todas nós precisamos estar juntas, uma lutando ao lado da outra, uma defendendo a outra. Não podemos acordar um dia de mal com a vida e escolher atacar as coleguinhas que são diferentes de nós, vamos nos UNIR e nos fortalecer.
Convido a Ariel e todas que pensem como ela, que repensem seus conceitos.
Nem nós gordas, nem ela trans, devemos ser motivos de piadianhas.
Somos muito mais que isso, somos resistência e luta por direitos, nessa sociedade que não nos aceita.