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22.11.10

AUTOESTIMA PARA CRIANÇAS E ADOLESCENTES

 Maria Fernanda produzida por mim para ir à uma festinha com as amiguinhas.

O mundo hoje em dia é cada vez mais exigente, especialmente com relação ás mulheres, que são cobradas a atenderem um padrão que para muitas é quase impossível.
Quando se é adulto, é mais fácil impor respeito ás pessoas que carregadas de preconceito, nos julgam incapazes por não ter o peso ideal.
Mas e as crianças, com sua personalidade em formação, como lidam com a crueldade alheia?
Eu convivo diariamente com esse drama, que para mim, se tornou um tanto pessoal.
Meu pai é obeso desde criança, embora nunca sofreu nenhuma consequência disso. Minha mãe ganhou sobrepeso com o tempo. Ambos tem uma grande preocupação, há muito tempo, com o peso, já que são pais de três filhos gordinhos. Há oito anos, adotaram uma criança, Dennis, que é muito magra.
Dennis morre de medo de engordar. Ás vezes, deixa de comer, prefere ter dor de estômago do que ser gordo. Coincidência ou não, sempre foi elogiado pelos pais por ser magro, todas suas habilidades se resumem ao seu físico.
Márcia, minha irmã mais velha, tem problemas com o peso desde criança, assim como meu pai. Sua filha Maria Fernanda [menina da foto] também é gordinha e já foi vítima de bullying. Inúmeras vezes, Márcia precisou ir na escola reclamar. Mudou sua filha de escola e parece que melhorou um pouco, no entanto, a desvalorização continua em casa.
Maria já foi alvo de várias piadas de Dennis. O pai de Maria a agride verbalmente, como se seu peso fosse a fonte de todos os erros da menina, que fica muito ansiosa e acaba comendo desesperadamente.
Eu entendo que toda família é disfuncional. Infelizmente, vivemos em uma era de pressão e acabamos sem querer desabando nas horas em que deveríamos ser fortes, os alicerces, principalmente para os filhos.
Também sofri essa pressão, e para falar a verdade, tinha apenas um leve sobrepeso. Isso abalou extremamente minha auto-estima a ponto de eu me descuidar totalmente, de achar falso todo elogio [até hoje tenho dificuldade para aceita-los], de acreditar que não tinha nada de bom em mim.
Felizmente através de amigos, livros e blogs como esse, pude me libertar e hoje posso ajudar a Maria Fernanda a se valorizar, embora acredito muito que isso não basta, que ela precisa de ajuda profissional e claro, seus pais não pensam assim.
Tento explicar para o Dennis que as pessoas são muito além de seu peso e cor, [Ele anda ouvindo ofensas dos coleguinhas por ser negro] mas claro, sou apenas uma voz no meio de tantas falando o contrário.
Esse foi o motivo pelo qual escrevi esse texto. Para que os leitores me ajudem a reforçar esse coro, prestem atenção nessas ‘pessoinhas’ em formação e as liderem para o bem delas e de todos com quem convivem.
Acredito que só assim poderemos construir uma sociedade livre de preconceitos.

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