Olá meninas! Tudo bem? Sabe quando dá aquele estalo e você não quer mais ser só o que os outros te impõem? Pois é, comigo foi assim: um belo dia acordei e fiz o que eu sempre fiz de melhor, questionar. Mas desta vez questionei a mim mesma, me perguntei porque eu ainda estava ali naquela posição de coitada, ainda à espera de ouvir um “você é gordinha, mas tem um rosto lindo” e tomar isso como elogio.
A partir de então levantei, bati a poeira e fui à luta. Fácil? Claro que não! No início era bem difícil e ainda hoje, momento que já estou de bem com meu corpo, é bem complicado lidar com certas situações, eu costumo dizer que é uma luta diária, mas o importante é começar. Iniciei procurando, principalmente na internet, pessoas que pensavam como eu, mulheres que também estavam cansadas desse bendito padrão de beleza e resolveram colocar a boca no trombone, e o melhor de tudo é que eu encontrei.
Assim como todas as meninas gordas que vão procurar apoio na internet, de cara eu já tive contato com o Plus Size, conheci blogs, modelos, agências de modelos e isso foi me ajudando a começar meu processo de aceitação e por um tempo foi muito construtivo, até encontrar o próximo obstáculo que é perceber que o mundo Plus Size não é tão cor de rosa como a gente pensa. Descobri que em grande parte dele existe um padrão, sim isso mesmo, tem padrão pra ser gorda, onde se passar do manequim 50 já não tem representatividade, muitas marcas de roupa que se dizem quebradoras de padrão só fabricam roupas até tamanho 50/52 e campanhas publicitárias com modelos com manequim 46, no máximo 48.
Parecia que eu tinha voltado á estaca zero, foi então que conheci a luta antigordofobia, entrei em grupos, fóruns, pesquisei sobre, busquei textos, artigos científicos, conheci pessoas incríveis e voltei a me encontrar em um ambiente onde de fato há diversidade, me fez e faz muito bem. É muito bom saber que você não está sozinha e que existem outras pessoas que passam pelos mesmos dilemas que você, que faz os mesmos questionamentos que você e que está na mesma luta, é um sentimento de acolhimento lindo que recomendo muito. <3
Pode ser que o caminho da minha ‘busca pela felicidade’ tenha sido um tanto comprido, talvez você escolha outro trajeto, ou já chegou lá com menos reviravolta que eu, o importante mesmo é chegar, é se olhar no espelho com amor e ver uma mulher linda, digna, respeitada e dona de um corpo maravilhoso que traz histórias que só você sabe contar!
Ahhh… antes que eu me esqueça, meu nome é Genize (pode chamar de Gê), tenho 25 anos, mulher negra e gorda e que se acha maravilhosa. Essa é a primeira de muitas vezes que nos veremos aqui na casinha da Kalli, então te espero nos próximos dias para papearmos mais um pouquinho, ok?
Beijos, até logo! 😉